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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Escola no interior do Maranhão não tem cadeira nem sanitários

http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MRP1333859-16020,00.html
Na Escola Municipal Nova Canaã não há bebedouro nem divisão por etapa de aprendizado.




Existe um Brasil de futuro. Nele, estão as futuras riquezas do pré-sal, a economia reagindo bem, as possíveis alegrias da Copa de 2014 e a Olimpíada, em 2016. Mas existe outro Brasil. O dos alunos de uma escola do interior do Maranhão. Na cartilha desses jovens, a palavra futuro não foi escrita. Mesmo que tivesse sido, muitos nem entenderiam, porque não sabem ler. O que eles sabem - na pele - é o significado de outra palavra: abandono.

Um casebre de barro, caindo aos pedaços, é a sala de aula para dezenas de crianças.

"Dá até medo ficar aqui debaixo e cair por cima da gente", diz a aluna Eliete Sepulte Monteiro.

Na escola, não há divisão por etapa de aprendizado. Mesmo cursando séries diferentes, as crianças assistem juntas as aulas. É desse jeito que filhos e filhas de agricultores tentam vencer o analfabetismo nos confins de Arame - município a 500 quilômetros de São Luís.

A Escola Municipal Nova Canaã tem 72 alunos e nenhuma cadeira. Quem não traz de casa, assiste às aulas curvado, com o livro sobre as pernas. Em condições tão precárias, é preciso ter equilíbrio em cima de tijolos e pedaços de madeira para aprender a lição.

"O banco cai para trás. É tudo em falso nessa casa ruim, velha”, reclama o aluno Geovani Gomes Lima.

Se der sede durante a aula, os estudantes têm que recorrer aos vizinhos. Não há um bebedouro no colégio. O constrangimento é ainda maior porque também não há sanitários, nem para as meninas.

“Não tem banheiro. Tem que fazer atrás da casa”, diz um aluno.

Sem nenhum estímulo para estudar, a maioria das crianças está fora da idade-série. Tem aluno que nem sabe em que série está.

A menos de um quilômetro funciona uma escola com duas salas de aula, só que pertencente a outro município. Os pais evitam transferir os filhos com medo de perder o benefício do Bolsa-Escola - que é repassado pelo município em que moram.

"Ele corre esse risco de perder o Bolsa-Escola e, no interior como esse aqui, essa é a renda de muitos pais”, aponta o professor Leonardo Pontes Sobrinho.

"Compra material da escola, compra roupa para os meninos, compra as coisas de casa, compra remédio quando adoece. Corre o risco de perder tudo, né?, diz a dona de casa Maria de Souza Almeida.

Fonte: G1

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