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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Estádio do Corinthians e a História que a Imprensa não contou



Em 2009
O Corinthians se dispõe a pagar R$ 100 milhões para viabilizar a concessão do Pacaembu. Nesta terça-feira, o diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg se reuniu com a comissão de vereadores responsável pelo projeto e voltou a ouvir do secretário de esportes Walter Feldman que a modernização do estádio deve custar mais de R$ 250 milhões.
"Esse projeto da prefeitura é de primeiro mundo. O do Corinthians é de segundo mundo", diferenciou Rosenberg, aos risos. "Se a prefeitura quiser a reforma de R$ 250 milhões, o Corinthians entrará só com os R$ 100 milhões e usará o Pacaembu apenas nos jogos de futebol", complementou.

Segundo Feldman, no entanto, as reformas exigidas pela prefeitura são essenciais para a concessão vingar. "O Pacaembu é um estádio atrasado, para a década de 1980. Modernizando o Pacaembu, também modernizaremos a região. Pessoas de outros clubes não devem criticar nada nesse sentido, pois não estamos favorecendo o Corinthians", afirmou o secretário de esportes.

De qualquer forma, o Corinthians exige rapidez no processo de privatização do estádio onde se acostumou a jogar. "A Fiel precisa se sentir dona do Pacaembu. Queremos que o assunto seja tratado com urgência, em 60 dias. Se não der certo, partiremos para outra saída para resolver esse problema da falta de estádio no ano do centenário", explicou Rosenberg, fazendo campanha pela concessão por 30 anos, com possibilidade de renovação por mais 30 anos.

"O Corinthians está entrando para resolver um problema da cidade, já que o Pacaembu é oneroso, e não para abocanhar o estádio. A ideia é continuar abrindo o Pacaembu para os nossos co-irmãos", concluiu o diretor de marketing corintiano.

Aprovado pela comissão de vereadores, o projeto de concessão do Pacaembu passará agora à alçada da prefeitura de São Paulo. Depois, poderá chegar à fase de licitação. O Corinthians é o único interessado em ficar com o estádio.

O que eu penso
Tudo que os não Corinthianos puderam fazer para que o Pacaembú não fosse cedido ao Corinthians foi feito. Se a Prefeitura de São Paulo entregasse o Estádio do Pacaembú para o Corinthians de graça, isso mesmo, de graça, ela sairia no lucro. Nada é mais oneroso aos cofres públicos do que esta obra construída entre os anos de 1936 a 1940. Por que a prefeitura não cedeu o estádio ao Corinthians?. Que eu saiba, a Prefeitura de São Paulo não tem time e portanto o Pacaembú lhe é completamente desnecessário. Apartir de 2013 o Corinthians e o Palmeiras terão a sua "nova casa" e muito provavelmente o Pacembú deixará de ser usado para o seu principal fim que foi construído: um jogo de futebol.
Ficará portanto nas mãos da Prefeitura de São Palo e dos que lutaram bravamete para que esta situação se estabelecesse como tal, a responsabilidade de manter o Pacaembú ou como estádio de futebol ou como um grandioso museu que um dia foi chamado de "praça da municipalidade".
O desejo dos não Corinthianos de que o Corinthians não tenha o seu estádio é tão grande que vereadores, promotores públicos, jornalistas, presidentes de clubes, políticos, motoristas e uma infinidade de outras profissões seempre arranjam uma maneira de "dar pitaco" na obra de construção do Estádio do Corinthians.
Que eu saiba o terreno onde o Corinthians vai construir o seu Estádio, é dele Corinthians, mas a Petrobrás tem gasodutos embaixo e dizem que o Corinthians tem que pagar para tirar. Ora bolas! onde já se viu? é muito simples saber de quem é a resonsabilidade. De quem é o gasoduto? da Petrobrás, logo, ela Petrobrás é quem deve retirar. Imagino eu o seguinte: comprei um terreno, preciso construir um prédio, tem algo parecido embaixo, eu notifico a Petrobrás que ela deve retirar os dutos pois vou construir meu prédio no meu terreno, logo não serei eu que vou pagar e sim ela, ou eu estou ficando louco?. Quando o metro vai construir uma nova estação o metro indeniza a área a ser construída pois originalmente ela não é sua, ou seja, a área em questão pertence ao Corinthians e não à Petrobrás, então ela vai ter de sair e desviar o seu duto para outra área.
Hoje, 17 de junho de 2011, o Corinthians finalmente se manifestou com relação a isso.
No portal Jovem Pan tem a seguinte matéria:

Timão "pega pesado" e defende incentivo fiscal

Em carta, clube aponta "patrulhamento" em estádio e que há "preconceito" contra Itaquera
Timão "pega pesado" e defende incentivo fiscal

Divulgação/Werner Sobek
Além do São Paulo, o Corinthians também emitiou comunicado oficial a respeito das obras em seu estádio.

A diferença é que o clube do Parque São Jorge, assim por dizer, "pegou mais pesado", fazendo, inclusive uma comparação com o fato ocorrido no bairro de Higienópolis, quando um grupo de moradores pleiteou a mudança de local da estação do Metrô no bairro num episódio que ficou famoso por conta da declaração de uma moradora de que sua construção traria "gente diferenciada" para o bairro. Houve até mesmo um bem-humorado protesto, o "churrasco da gente diferenciada" para manifestar a insatisfação com o ocorrido.

Em carta assinada por Sérgio Alvarenga, diretor de negócios jurídicos do clube, o Corinthians classifica como "patrulhamento" sobre a obra, alguns fatos recentes, como a oposição aos incentivos fiscais para a obra, atribuindo a oposição de alguns não ao cuidado para com o dinheiro público, mas sim a "preconceito", explicando que eles fazem parte da composição da receita para bancar a obra, assim como o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Após justificar que o dinheiro do banco é um empréstimo, o texto defende o incentivo fisca como "instrumento de distribuição de renda e atenuação das desigualdades", defendendo que é um investimento para o desenvolvimento da região de Itaquera, afirmando que "não há aporte de dinheiro público na obra", mas sim "aporte de dinheiro particular com incentivos fiscais", com uma frase forte: "o incentivo visa, essencialmente, desenvolver Itaquera, bairro que, é fácil constatar, não é daqueles tratados, historicamente, com mais carinho pelo Poder Público". Além disso, o clube defende que o retorno, em outros empreendimentos e nos impostos e empregos que gerarão será maior que o incentivo.

No final, um ataque mais duro: "Os guardas do dinheiro público, provavelmente até inconscientemente, não se preocupam com Itaquera. Preferiam que esse dinheiro entrasse no cofre central – não entendem que não entraria – para ser aproveitado em outros bairros, mais próximos. O 'pessoal diferenciado' não merece esse luxo, devem pensar. Não atinam que o aumento significativo no número de empregos na região segurará grande parcela dos “diferenciados” em Itaquera, mesmo. Ou seja, bem longe, como parecem querer.

Quem sabe, assim, aquele pequeno grupo não concorde com o metrô em Higienópolis? "

Leia a carta, na íntegra, a seguir.


DE NOVO “ESSA GENTE DIFERENCIADA”?

Sérgio Alvarenga
17/06/11 16h58
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O verdadeiro patrulhamento que tem se visto a respeito do estádio de futebol que o Corinthians pretende construir no distante Itaquera parece assemelhar-se com a demonstração de preconceito contra “gente diferenciada” que, recentemente, se manifestou no próximo Higienópolis, em episódio que, de tão recente e notório, dispensa rememoração.

A origem de parte das manifestações contrárias à construção do estádio, lá, parece ser a mesma que motivou um abaixo-assinado de um pequeno grupo contra a construção de uma estação do metrô, aqui: preconceito contra a tal “gente diferenciada”. Assim deduzo por não encontrar qualquer outra explicação lógica. Evidentemente, não me refiro às manifestações motivadas por paixão/ódio clubístico. Essas só têm espaço nas discussões de boteco e não em discursos que se pretendem sérios.

Refiro-me àqueles que se posicionam contrariamente adotando uma posição de guardiões do dinheiro público. Essa é a máscara a esconder a verdadeira motivação e a tentar emprestar um caráter respeitável à indignação. Na imensa maioria dos casos, porém, não sabem nem do que se fala. Em pouquíssimos, mesmo sabendo-se, o preconceito parece falar mais alto. Segundo o planejamento, a receita para a construção do estádio vem de duas fontes: financiamento do BNDES e incentivos fiscais.

Pois bem. Financiamento é como um empréstimo. Ou seja, o Corinthians terá que pagar cada centavo desse dinheiro emprestado, e com juros. E essa não é uma possibilidade concedida exclusivamente ao Corinthians, mas também, e não apenas, aos 12 estádios que sediarão partidas da Copa do Mundo. Aos interessados: basta entrar no site do BNDES para ver se atendem aos requisitos, que são públicos. A coisa é tão óbvia que, quanto a esse ponto, a gritaria tem sido pequena, restrita apenas aos totalmente ignorantes.

O ponto que tem gerado maior barulho dos zeladores do dinheiro público é o do incentivo fiscal. Incentivo fiscal, genericamente falando, é mais um corolário da própria garantia da igualdade, assegurada pela Constituição Federal. É mais um instrumento voltado à distribuição de renda e atenuação das desigualdades.

No modo de produção capitalista, os ideais de igualdade e distribuição de renda passam, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento econômico. Cabe ao Estado, consoante orientação Constitucional, agir de forma proativa, fomentando o desenvolvimento em áreas carentes. Nesse contexto se insere o incentivo fiscal, seduzindo particulares a investirem em lugares, até então, pouco atrativos.

É fácil deduzir que não há aporte de dinheiro público. Há o aporte de dinheiro particular, com benefícios fiscais. E uma grande parte dos detratores do projeto não alcança sequer essa obviedade.
Os zeladores um pouquinho mais preparados argumentam que isso seria um sofisma. Não haveria aporte de dinheiro público, mas haveria redução de receita. Ou seja, dinheiro público não sairia, mas deixaria de entrar o que, nessa visão míope, seria a mesma coisa.

Mas não é. Esse raciocínio, sim, e que é um sofisma. Ignora uma questão evidente: o que deixa de entrar, na verdade, não entraria mesmo. Sem o incentivo fiscal, o particular simplesmente deixaria de investir no local, desinteressante economicamente que seria.
Esse é o ponto: o incentivo visa, essencialmente, desenvolver Itaquera, bairro que, é fácil constatar, não é daqueles tratados, historicamente, com mais carinho pelo Poder Público.

O Corinthians beneficia-se com esse incentivo? Sim, claro. Nada mais justo, aliás, já que, não fosse o estádio, a região continuaria pouco atrativa aos olhos de novos investidores, mesmo com incentivos fiscais. É a soma “estádio + incentivo” que levará dinheiro novo e o conseqüente desenvolvimento à região. E quem se beneficiará, em última instância, é o morador de Itaquera, seja ele corinthiano ou não.

Ora, não é legítimo que os habitantes de Itaquera tenham direito a uma moderna praça de esportes e lazer? O lazer é um direito social reconhecido desde a Declaração Universal dos Direitos dos Homens de 1948 (artigo XXIV). E, hoje, tem expressa previsão Constitucional (Art. 6º). Deve ele ficar restrito aos bairros mais nobres?

Não se pode ignorar, também, os reflexos indiretos da construção do estádio e do aumento de investidores no local. Surgirão incontáveis novos empregos e, reflexamente, novos impostos serão arrecadados. Há minucioso estudo elaborado por respeitadíssima consultoria internacional apontando que acabará se arrecadando muito mais do que se deixará de arrecadar com o incentivo. Isso sem falar na melhoria de trânsito na cidade como um todo, em função dos locais que permanecerão no bairro. E isso sem falar no legado da visibilidade internacional, com claros reflexos no turismo e negócios em geral, que São Paulo ganhará por hospedar a abertura da Copa do Mundo.

Os guardas do dinheiro público, provavelmente até inconscientemente, não se preocupam com Itaquera. Preferiam que esse dinheiro entrasse no cofre central – não entendem que não entraria – para ser aproveitado em outros bairros, mais próximos. O “pessoal diferenciado” não merece esse luxo, devem pensar. Não atinam que o aumento significativo no número de empregos na região segurará grande parcela dos “diferenciados” em Itaquera, mesmo. Ou seja, bem longe, como parecem querer.

Quem sabe, assim, aquele pequeno grupo não concorde com o metrô em Higienópolis?

Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga
Diretor de Negócios Jurídicos do Sport Club Corinthians Paulista

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